Com uma extensão de 23,5 km, esta rota desenvolve-se nos trilhos rurais das Serras Calcárias de Sicó, ligando as famosas ruínas da cidade romana de Conímbriga aos extraordinários geomo - numentos do maciço calcário de Sicó, num contexto climático mediterrânico. Além das pequenas manchas florestais, em regra de pinheiro-bravo e pinheiro-manso (Pinus pinaster e Pinus pinea), eucalipto (Eucalyptus globulus), mais raramente de carvalho-cer - quinho (Quercus faginea) em associação com sobreiros (Quercus suber) e azinheiras (Quercus rotundifolia), este é um território marcado pela presença da pedra, revestido de forma descontí - nua por formações arbustivas onde a espécie mais representada é o carrasco (Quercus coccifera) em conjunto com o medronheiro (Arbutus unedo), a oliveira (Olea europaea var. europaea), o zambujeiro (Olea europaea var. sylvestris), sanguinho-das-sebes (Rhamnus alaternus), trovisco (Daphne gnidium) e a roselha-grande (Cistus albidus). No estrato herbáceo destacam-se as aromáticas medi - terrânicas como orégãos (Origanum vulgare subsp. virens), tomi - lhos (Thymus spp.), alecrim (Rosmarinus officinalis) e rosmaninho (Lavandula stoechas subsp. luisieri), que exalam os seus odores e marcam a memória olfativa do visitante. Relativamente à fauna, estas áreas são ocupadas pela lagartixa-do-mato (Psammodro - mus manuelae), o sardão (Timon lepidus), a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus), a raposa (Vulpes vulpes), a fuinha (Martes foina) e o sacarrabos (Herpestes ichneumon) tendo nos últimos anos visto crescer o povoamento de javalis que percorrem toda a serra. As aves de rapina como a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) ou o milhafre-negro (Milvus migrans) são também presença assídua nestas áreas. No período anual mais húmido é possível observar a rã-verde (Phelophylax perezi), a rã-ibérica (Rana iberica), o sapo-par - teiro-comum (Alytes obstetricans) ou a salamandra-de-pintas-ama - relas (Salamandra salamandra).
Sugere-se iniciar o percurso circular da Rota de Sicó na povoação do Casmilo, seguindo em direção às Dolinas (Depressões fechadas, que vão preservando a água, sobretudo na época pluviosa.), aos campos de Lapiás (cemitérios de pedra) e às Buracas (aberturas horizontais numa parede calcária). Depois da visita a esta galeria de arte geoló - gica, o percurso segue em direção ao Santuário de Nossa Senhora do Círculo, que permite vistas panorâmicas sem fim, podendo inclusivamente avistar-se o mar, que fica cerca de 30 km. Após este momento de contemplação, o percurso desce a encosta e chega ao Canhão Fluviocársico do Rio de Mouros (garganta profunda e estreita de vertentes íngremes) quer percorre o vale desde a aldeia do Poço até às Ruínas de Conímbriga (ruína arqueológica classificada como Monu - mento Nacional, com vestígios de povoamento entre os séc. IX a.C. e o séc. VIII d. C., em particular dos povoamentos romanos a partir do séc. I a.C.) passando pela Cascata do Rio de Mouros onde, durante o inverno e primavera, é possível observar a fantástica queda de água em plena atividade. Em termos de conetividade, este percurso interseta a PR1 (Rota de Conímbriga), a GR26 (Grande Rota Terras de Sicó) e o Caminho de Santiago.É possível encurtar ou fazer variações da rota nas aldeias de Casmilo e Furadouro, devido à proximidade do traçado do percurso.
Se entender mais conveniente, poderá realizar o percurso em 2 dias. Sugerimos a pernoita no "O Refúgio das Buracas" localizado na aldeia do Casmilo ao km 12.5 do percurso.
Disponibilizamos também duas versões mais curtas:
PR2 - Rota do Sicó ( versão média distância ) +/- 17 km
PR2 - Rota do Sicó ( versão curta distância ) +/- 8 km
Vídeo:
1 - Passadiços de Rio de Mouros
2 - Cascata de Rio de Mouros
3 - Moinho de Vento da Serra de Janeanes
4 - Buracas do Casmilo
5 - Ruinas de Conimbriga