A Rota dos Barrocais tem inicio junto do Posto de Turismo e do Pólo Museológico da Gastronomia. Rapidamente se abandona a aglomerado urbano passando junto de antigas furdas, construções em "pedra seca" para a criação de porcos. A paisagem enriquece-se pelo monte-ilha granitico da Moreirinha e pela muralha quartzítica da Serra da Rami Após passar por um Bloco Pedunculado, forma granitica natura Semelhante a um cogumela situada à esquerda do caminho, atinge-se os primeiros Penedos Juntos, dois gigantescos blocos graníticas justapostas. Um pouco mais à frente, o trilho mergulha sob as segundos Penedos Juntos, facilitada por uma escadaria escavada na rocha. Já do outro lado, é o domínio do granito: formas curiosas esculpidas pela Natureza, sobressaindo os blocos fendidas, as bolas graníticas e as colunas compostas por vários blocos de formas várias, dispostos num equilibrio desconcertante. Massas graníticas de imponência inimaginável povoam densamente a vertente da montanha, numa aparente desordem construída pela Natureza ao longo de milhões de anos. Uma das manifestações geológicas mais curiosas é a Laje das 13 Tijelas, pias ou gnammas navos formadas por alteração química da rocha ao longo da rede de fracturas que a atravessa.
Abundantes ruínas erguem-se por entre estes colossos de pedra. Do povoado medieval de S. Miguel subsistem as ruínas da capela com a mesmo nome, magnífico exemplar do Românico português circundado por sepulturas antropomórficas. O trilho inflecte agora na direcção das ruinas da Capela de S. João. Uma subida algo acidentada permite a acesso ao Castelo através da Porta da Traição. A entrada no recinto R amuralhado transporta-nos desde as suas origens templárias ao longo de sete séculos de gestas heróicas pela definição do Nacionalidade. Visitado a recinto da torre de menagem, onde se condensa num olhar grande parte do Geopark Naturtejo e muito para além da fronteira espanhola, sai se do Castelo pella Porta Principal, ziguezagueando no barrocal até atingir a limite urbano. Desce-se a Rua de Nossa Senhora do Castelo, onde se encontra grande parte do comércio local. No Rua da Frágua, uma placa indica a presença do Consultório de Femdo Namora, que aqui exerceu medicina entre 1944 e 1946 e apaixonou pela escrita, tomando-se um dos grandes romancistas portugueses de sempre.
A partir da Rua da Sarço, experimentam-se territórios selvagens, de intensa interacção com a Natureza. E percorrido um estreito trilho que corta a meia encosta este monte-dha no sentido do Adingeiro. Vale a pena ir até à Pedra Bolideira e experimentar maxer um bloco com centenas de toneladas equilibrado a 5 m do chão! De regresso, a trilho faz-se agara entre antigas hortas num luxuriante sobreiral secular. São intensas os derradeiros momentos que antecedem a chegada ao recinto da Capela de S. Pedro de Vir-a-Corça. Situada numa careira defendida por calassais penedias, com perspectivas indescritiveis da vertente da montanha conquistada, esta é mais uma jóia do Românico beirão, povoada de lendas e de tradições seculares. Mas o percurso segue novamente por entre sobreiros e penedias no sentido ascendente. Um sinuoso caminho de romaria passa primeiro num estranho bloco granitico que apresenta uma alteração em poligonos bem definidos. Depois, a subida encrespa-se ziguezagueando por entre colossos de granito que ora escondem ora apresentam uma
paisagem agreste de cortar a respiração. Daqui se regressa à Rua Marquês da Graciosa, à sombra da célebre Torre de Lucano, também conhecida por "torre do galo" por ser encimada por uma réplica do troféu que granjeou Monsanto com o título de "Aldeia mets Portuguesa. A derradeira direcção é agora do Posto de Turismo, o final de uma viagem sensorial que aqui teve a sua origem.