PR5 - Trilho da Ponte da Misarela

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O percurso decorre numa região de características únicas e conhecida por Baixo Barroso. Nos lugares de Vila Nova e Sidrós, dá-se o encontro entre duas bacias hidrográficas: a do Rio Cávado e a do Rio Rabagão e de três maciços montanhosos: a Serra do Barroso, a Serra da Cabreira e a Serra do Gerês.

O percurso pedestre tem início junto ao campo de jogos, atravessa o lugar de Vila Nova, usando o velho caminho medieval e depois da aldeia, sobe pelo meio da encosta, proporcionando vistas panorâmicas sobre o vale do Rio Cávado. Após deixar o caminho medieval, segue em direcção ao lugar de Viveiro. Aí a paisagem agora é dominada por campos agrícolas onde sobressaem os lameiros e os bosques de carvalhos. Salientam-se as aldeias com a sua arquitetura tradicional e a paisagem rural que lhe está associada. Depois da capela de Ferral, o percurso ladeado por muros de pedra solta desce até à chamada “Mesa dos Mouros”. Tendo como vista o vale do Rio Rabagão, o trilho segue até à velha calçada medieval que dá acesso à monumental Ponte da Misarela.

Destacamos os núcleos rurais das aldeias por onde passa o percurso, com o casario simples e modesto, os espigueiros, os cruzeiros, as fontes e as alminhas, os campos agrícolas com os seus socalcos em muros de pedra solta, as poças, as levadas de água e os moinhos de rodízio. O mais importante monumento é a Ponte da Misarela sobre o Rio Rabagão.


Fauna
Os animais presentes neste território, são os típicos da floresta de folha caduca em associação com os do meio rural (lameiros). Assim, surgem nesta região como predadores, o lobo, a raposa, a gineta, o gatobravo e a doninha. Usando os bosques como abrigo e os campos agrícolas para procurar alimento, surgem o javali, o corso, o coelho, o esquilo-comum e vários tipos de ratos. Nesta região encontram-se a águia-de-asa-redonda, o mocho-galego, a gralha-preta, o gaio-comum e o papa-figos. Nos rios existem, a truta, o barbo, a boga, o escalo e é possível observar a lontra, a garça-real e o guarda-rios-comum.

Flora
O Percurso decorre numa região de floresta temperada, onde dominam o carvalho alvarinho, o carvalho negral e o teixo. Ocorrem também o castanheiro, o medronheiro, o vidoeiro e as resinosas como o pinheiro silvestre e o pinheiro bravo. No estrato arbustivo encontram-se o azevinho, a madresilva, a pereira brava e a uva-do-monte. No estrato herbáceo surge a orquídea-brava, o jacinto-bravo, o narcisobravo, o matagão e a violeta brava.

Ponte da Misarela
A ponte da Misarela não deve ser conhecida apenas pela sua lenda nem por ser um sítio de beleza admirável ou simples cartaz turístico. É um local histórico que nos honra como povo amante da liberdade e cioso do seu sagrado chão. As numerosas forças napoleónicas foram aqui acossadas, na muito tempestosa noite de dezasseis de Maio de 1809, às mãos de 800 paisanos barrosões, que esperaram em vão a chegada de reforços, porque as tropas anglo – portuguesas de Wellesley nunca chegaram. Desse facto há ecos no cancioneiro popular: “Chorai meninas de França, Chorai por vossos maridos, Na ponte da Misarela eram mais mortos que vivos!” A ponte deve também ser recordada porque lá se deu, em 25 de Janeiro de 1827, um recontro importante entre as tropas realistas do general Silveira e as tropas constitucionais do coronel Zagalo. Ainda na Misarela, no dia 18 de Setembro de 1838, se feriu a cruenta batalha em que os liberais, liderados pelo General Antas, derrotaram as tropas cartistas do marechal Saldanha, do duque da Terceira e do barão de Leiria.


Lenda da Misarela
Conta-se que um fugitivo da justiça vivia escondido junto ao rio Rabagão. Desesperado por não conseguir passar o rio quando foi descoberto, pediu a Deus ou ao Diabo para que lhe aparecesse uma ponte. Para espanto do homem, no mesmo instante, apareceu a ponte e o diabo que lhe disse que o deixava passar desde que lhe vendesse a sua alma. Como o homem estava aflito aceitou e lá passou. Passado algum tempo, arrependido, confessou-se ao padre e este prontificou-se a resgatar a sua alma. Decidiu então apelar ao Diabo, tal como o fugitivo tinha feito e assim que este surgiu deitou-lhe água benta, fazendo com que desaparecesse. Como a ponte ficou benzida, o povo começou a acreditar que lá se faziam milagres e desde aí, os casais que não conseguiam vingar os filhos, iam para a ponte antes da meia-noite, acendiam uma fogueira e esperavam até passar a primeira pessoa para lhe baptizar o filho no ventre materno. Quando aparecesse alguém que quisesse batizar o filho, o padrinho ou a madrinha colhiam água debaixo da ponte e celebravam o batizado dizendo: “Eu te batizo criatura de Deus, pelo poder de Deus e da Virgem Maria. Se fores rapaz serás Gervaz(io), se fores rapariga Senhorinha.” Será que a lenda tem um fundo de verdade? Não se sabe! A verdade é que em Barroso há muitos Gervásios e muitas Senhorinhas


Vídeo:



Onde dormir?

Hotel Rural Misarela
Localizado em Sidros, a 24 km da Barragem da Caniçada, o Hotel Rural Misarela é um alojamento com bicicletas gratuitas, estacionamento privado gratuito, uma piscina exterior sazonal e um bar. A propriedade fica a 27 km do Santuário de São Bento da Porta Aberta e a 31 km das Termas do Gerês, e providencia um salão partilhado e um jardim. O hotel disponibiliza quartos familiares.

Mapa do Percurso:


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Anexos

  • PR5_Trilho_da_Ponte_da_Misarela.gpx
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